Fala-se muito de qualidade de vida, sendo que, muitas vezes, está associada à capacidade financeira que determina o local onde vivemos, os restaurantes que frequentamos, as escolas para onde enviamos os nossos filhos, as férias que temos ou não. Mas fala-se pouco da qualidade de vida interior, do bem-estar emocional, da sensação de paz e tranquilidade permanentes, que, no fundo, são dos bens mais preciosos que temos.
Na verdade, se nos sentimos ansiosos, preocupados, com dores no corpo ou na alma, levamos este estado para onde quer que vamos, independentemente de com quem estejamos. Podemos passar por um período de adaptação quando mudamos de casa ou de país, por exemplo, mas gradualmente voltam todas as emoções que nos acompanhavam antes.
De facto, a qualidade de vida interior não tem preço, apesar de ser pouco valorizada desde que nascemos.
Valoriza-se muito a saúde física, felizmente, mas a saúde mental, que também tem muitas repercursões na saúde física, é vista como algo que conseguimos superar, tratando-se de “uma questão de tempo”. Quando se parte uma perna vai-se imediatamente ao médico, mas se temos um desgosto profundo, achamos que vai passar. O que acontece é que guardamos essa dor para podermos seguir em frente e continuar a viver, em vez de termos ajuda para a libertar e vivermos mais leves, retirando daí alguma aprendizagem.
Esta atitude está a mudar. Cada vez se recorre mais aos “médicos da alma”, sejam eles psicólogos, hipnoterapeutas ou psicoterapeutas para ajudarem a libertar emoções que não conseguimos superar. Podemos fazê-lo para termos uma paz interior cada vez maior, que nos permita estar bem onde quer que estejamos.
Dores que se arrastam…
A abordagem da hipnoterapia regressiva, muito diferente da hipnoterapia onde se pratica o condicionamento, que é muito útil em situações pontuais como a preparação para um parto, para deixar de fumar, ou até alterar comportamentos alimentares, é uma viagem no tempo em que nos é permitido reconstruir memórias vividas e libertar emoções que lhes estão associadas. Depressões que se arrastam no tempo, por vezes decorrem “apenas” de uma sensação de negligência na infância, por exemplo com uma mãe que, apesar de presente fisicamente, também tinha momentos de depressão e vivia na sua dor, causando uma sensação de abandono e de tristeza profunda àquele bebé recém-nascido ou durante a gestação. Este é apenas um exemplo das situações que recebemos diariamente em hipnoterapia e que, depois de viajarmos no tempo e de ajudarmos aquele adulto a perceber as emoções que sentia na infância e as motivações da mãe, pode finalmente concluir, aliviado: “Afinal, a minha mãe tinha amor por mim, mas não conseguia demonstrá-lo”. Esta nova consciência na infância provoca tremendas transformações na idade adulta e uma sensação de bem-estar e confiança nunca sentidos.
Em busca da origem
Na verdade, todas as sensações de falta de auto-estima, ansiedade, medos da exposição, das alturas, distúrbios do sono, questões sexuais, fobias de todos os géneros ou outros comportamentos que gostaríamos de alterar têm origens em memórias mais ou menos traumáticas que podemos revisitar (sem a dor associada na altura), libertar as emoções associadas à memória e ajudar a pessoa a olhar para a situação e pessoas envolvidas com outra perspetiva.
Estas memórias podem ter origem na infância, na gestação ou em memórias de vidas passadas. Para o terapeuta, o importante é trabalhar o que condiciona a qualidade de vida do paciente, independentemente da sua origem. É importante estar nas mãos de terapeutas certificados e experientes, e a melhoria na qualidade de vida pode ser notória. A verdade é que muitas doenças físicas, doenças autoimunes, alergias, doenças respiratórias, doenças do foro intestinal ou gástrico, ou dores crónicas beneficiam muito desta intervenção, que é exatamente a mesma do ponto de vista terapêutico. Ao regredirmos até à fonte ou origem de uma alergia, citemos uma alergia ao pó, encontramos uma memória traumática em que, por exemplo, uma pessoa foi agredida e caiu no chão, rodeado de pó, o que provoca uma rejeição agora, mesmo que de forma inconsciente, à presença do pó. Ou quando procuramos a origem de uma dor persistente no ombro, encontramos uma vida passada em que a pessoa caiu de uma carroça e a roda lhe passou por cima, acabando por lhe provocar a morte, tendo trazido esta memória traumática associada a uma emoção para esta vida.
Estes são exemplos dos inúmeros casos que encontramos diariamente e que, uma vez abordados de forma terapêutica, podem melhorar de forma significativa a qualidade de vida da pessoa.
Vale a pena investirmos na nossa qualidade de vida interior e retirarmos tudo o que não nos permite sentir paz e serenidade. Vamos desfrutar de forma intensa do tanto que a vida tem para nos dar?
Maria João C. Dias
Hipnoterapeuta Certificada
Formadora Certificada do IACT
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