Dia Mundial das Hepatites


Human liver anatomy structure, 3d illustration

A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), desafia os portugueses através de uma campanha apresentada num filme protagonizado por Júlio Isidro, David Fonseca e Sara Barros Leitão a eliminar a Hepatite C em Portugal até 2030, de forma a cumprir a meta da organização Mundial da Saúde. Basta que os cidadãos realizem um simples teste, tratar se for necessário, e fazer com que Portugal seja pioneiro e faça, uma vez mais, História.

O objetivo é reforçar a mensagem da necessidade de rastrear a população para o vírus da Hepatite C e ir ao encontro das populações vulneráveis, que não procuram os cuidados de saúde. A SPG defende uma ação concertada, fazendo com que as instituições que têm articulação com o sistema estejam próximas destas populações. Se queremos falar de um verdadeiro rastreio universal tem de haver este binómio: por um lado, existir uma indicação para o teste no sistema de saúde; por outro, haver uma procura ativa das populações vulneráveis. Isto tem custos, é da responsabilidade da tutela.

Diagnósticos e rastreios que ficam por fazer…

No caso da hepatite C o diagnóstico é um dos nossos maiores problemas. Trata-se de identificar pessoas que não têm sintomas, que não imaginam que podem ter Hepatite C. A única forma de identificar estas pessoas é fazendo uma testagem sistemática na população para perceber quem tem positividade no teste da Hepatite C. É um teste barato, que pode fazer-se em qualquer análise de rotina. Qualquer médico pode fazer um pedido de teste da Hepatite C. Na verdade, todos os adultos, em alguma fase da vida, deveriam fazer este teste, uma vez que será a única forma de rastrearmos as pessoas incluídas no sistema de saúde.

A SPG defende, por isso, um rastreio universal à Hepatite C em Portugal, à semelhança do que está a ser feito noutros países desenvolvidos. Uma estratégia realista, no sentido de promover uma identificação atempada dos doentes. Uma parte dos casos por diagnosticar está na população em geral, sobretudo no grupo etário com mais de 50 anos – isto porque a probabilidade de contacto desta população com o vírus da Hepatite C foi muito grande, existiram muitas mudanças de higiene sanitária, utilização de materiais não reutilizáveis. Isto aumentou o risco de contacto com produtos contaminados. Muitas pessoas podem ter-se infetado na adolescência e início da idade adulta, nos anos 70, 80 ou 90.

O pedido de rastreio, por parte de utentes e profissionais de saúde, ao vírus da Hepatite C não é muito frequente. Por isso, a SPG sensibiliza os especialistas da Medicina Geral e Familiar para que, pelo menos uma vez, façam a determinação do teste ao vírus da Hepatite C aos seus utentes.

A identificação da infeção permite a cura em poucas semanas.

Por outro lado, existem as pessoas que estão fora do sistema de saúde, ou seja, populações vulneráveis, que estão marginalizadas do circuito tradicional do apoio em saúde. São atuais ou antigos consumidores de drogas por via intravenosa, mas não só. Essas pessoas precisam de uma abordagem individualizada e tem de ser o sistema de saúde a procurá-los. Estas pessoas são um grupo muito importante de reservatório do vírus da Hepatite C que precisa de ser procurado.

Tratamento em atraso

No que diz respeito ao acesso ao tratamento da Hepatite C, há relatos de atrasos de vários meses na entrega da medicação que elimina o vírus (na esmagadora maioria dos casos, em algumas semanas) em alguns hospitais do SNS. Em alguns casos, a espera chega a meio ano. O problema não se prende com a rapidez do tratamento, mas sim com a capacidade de manter o doente dentro do sistema de saúde. Por outro lado, o atraso na entrega da medicação tem impacto na saúde pública.

Hepatite pelo mundo

Considera-se que a prevalência possa estar a atingir cerca de 100 mil portugueses que estarão infetados pelo vírus B ou C. Em Portugal, por identificar, só pelo vírus da Hepatite C, (VHC) estima-se que ronde os 40 mil portugueses. No mundo, 350 milhões pessoas infetadas com o vírus da Hepatite B e 75 milhões com Hepatite C, números que revelam o peso das hepatites víricas varia consoante as zonas do globo.

A hepatite é uma inflamação das células do fígado, que pode ter várias causas, como o álcool ou alguns medicamentos e particularmente os cinco vírus: A, B, C, D e E. O fígado tem uma função vital do aparelho digestivo e, no caso de inflamação ou lesão, leva à diminuição da sua função. As Hepatites B e C são as mais prevalentes e mais graves, por poderem evoluir, quando não tratadas, para cirrose e cancro do fígado.

Consulte o seu médico gastrenterologista, para o bem da sua Saúde Digestiva.

Porque o tratamento existe e a cura é certa, faça o teste!

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